quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Gentileza......


Não sei exatamente o porque, mas de uns dias para cá tenho pensado a respeito do “profeta gentileza”. É estranho porque pouco, ou quase nada, sei a respeito deste personagem que virou lenda na cidade do Rio de Janeiro. Mas, dentre algumas frase que ele “profetizava” uma em especial sempre me chamou a atenção: “ Gentileza gera gentileza ”.

Ao mesmo tempo em que pensava a respeito desta frase, que em minha opinião é uma grande verdade, lembrei de alguns episódios onde as pessoas por mais que fossem gentis eram tratada com ignorância, falta de educação e de respeito pelos outros. Pensava então: como conseguir ser gentil com alguém que te trata tão mal? Mesmo você sendo gentil com esta pessoa? Tarefa das mais complicadas. Foi então que me lembrei de uma outra historinha que li, e ela era mais ou menos assim:

Dois amigos caminhavam pela calçada e um deles para em uma banca para comprar o jornal dia.

- Bom dia senhor, por favor, poderia me vender um exemplar do jornal de hoje.

O sujeito da banca sequer olha no rosto do comprador e joga o exemplar do jornal sobre algumas revistas que estavam empilhadas próximo ao comprador. Após receber o pagamento, prepara o troco e ao alcançar na mão do comprador ainda deixa algumas moedas caírem ao chão e sequer pede desculpas.

- Opa, caíram algumas moedas mas não tem problema, pode deixar que eu junto. Muito obrigado e tenha um bom dia.

Pasmo com o que havia presenciado o amigo vira-se e questiona:

- Como você consegue ser gentil com alguém que te tratou tão mal? Eu já teria brigado ou tratado da mesma maneira.

Foi então que o amigo olho-o nos olhos e disse:

- Desculpe, mas eu não vou deixar que ele determine a maneira com que eu tenho que tratar as pessoas. Continuarei sendo gentil com todos, mesmo que estes não sejam comigo.

Aqui, no final da historia caberia muito bem um: “gentileza gera gentileza”. Mas acho que é mais ou menos assim, não devemos deixar que fatores exteriores alterem o que carregamos na alma, os valores que temos, e o que somos. Não podemos pensar em nos igualar a alguém que esta abaixo de nós e ao mesmo tempo não podemos nos achar superiores. Sei, meio paradoxal mas acho que é mais ou menos isso, tentar mostrar através do exemplo que uma outra postura é possível e que não existe a necessidade de ser deselegante, grosseiro ou qualquer coisa do tipo.

Pois como bem ouvi um dia: “olho por olho e o mundo acabará cego”.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Dias de ostra.....


Tem dias que me sinto só. Não tem jeito. Posso estar no meio de um multidão que mesmo assim estarei me sentindo da mesma forma. Nestes dias as pessoas podem vir conversar comigo, tentar entender o porque do meu silêncio, mas é em vão. Me permito ter um dia de “ostra”.
Um dia onde somente eu e meus pensamentos junto com meus devaneios conversaremos. Normalmente nestes dias eu tenho saudade de alguma coisa, ou de alguém. As vezes até mesmo saudades de momentos que poderia ter vivido, de pessoas com as quais poderia ter me relacionado....ou de ambos.

Considero importante estes dias. Penso muito sobre minha vida, não que eu vá fazer uma grande mudança nela, apenas gosto de refletir. E o mais legal é que dentre estas reflexões uma esta constantemente presente...a amizade.
Nunca fui uma pessoa de muitos amigos, até porque eu faço questão de separar o que é amigo do conhecido. A amizade para mim é algo sacrossanto. Considero tão importante como viver um grande amor, ter um verdadeiro amigo. Daqueles de verdade mesmo. Mas estes infelizmente estão ficando cada vez mais raros. Hoje vivemos em uma era onde termos 300 amigos em uma rede social, mas nenhum, ou quase nenhum, na vida real. Estamos cada vez nos isolando mais e vivendo em um mundo que presa pela “privacidade”.

Acabamos por nos privar tanto, que perdemos muitas coisas da vida, entre elas o contato com o ser humano. E isso, que quem escreve este texto, é uma pessoa que tem perfis em quase todas as redes sociais, mas sente saudades daquelas amizades antigas. Bons tempo aqueles. Tempos em que íamos ate a casa de algum amigo e ficávamos horas conversando, ou então conversando no portão, sentado na calçada, etc....sabíamos muito e realmente nos interessávamos pela vida e o bem estar dos nosso amigos.

Então esta acaba sendo uma das minhas principais saudades, a da amizade a moda antiga.

Para encerrar este post quero deixar alguns versos de um grande poeta gaúcho, o inesquecível Mario Quintana:

" Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim, nem que eu faça a falta que elas me fazem. O importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível, e que esse momento será inesquecível.” Mario Quintana

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Recordações....


Ainda bem que temos recordações. Como é doce poder lembrar de coisas que nos foram muito importantes no passado, e que talvez, de alguma forma, ainda sejam. Afinal, as lembranças fazem parte do que somos hoje. Estou falando de recordações e não de traumas. Lembranças ruins também fazem parte do que somos hoje, mas, ao contrario das outras, quando lembramos é o mesmo que sofrermos de novo.

Estes dias ouvi uma música que me remeteu ha anos atrás, uma época muito boa da minha vida, e, automaticamente, fui lembrando de outras coisas legais que me fizeram literalmente “viajar no tempo”. Não que eu tenha vontade de viver tudo novamente, embora tenha sido delicioso, tudo tem o seu momento e o seu tempo. Mas, eu fiquei com uma sensação de que tudo o que eu vivi naquela época valeu muito a pena. De certa forma, me senti rejuvenescido. Gostosa, muito gostosa....é assim que eu posso descrever a sensação que tive.

Por um instante fiquei imaginando como dever ser ruim olhar para traz e não ver nada. Não ter lembranças de loucuras, travessuras, amores, paixões, momentos, sentimentos, etc. Eu sou um felizardo, pois tenho muito do que me lembrar.

Posso não ter feito tudo o que eu desejei fazer, mas fiz com muito prazer tudo o que pude. Mergulhei, me deliciei e me lambuzei no doce da vida. Daqui há alguns anos, se Deus quiser, terei muitas outras coisas maravilhosas para me lembrar. Outros amores, outras paixões, outros momentos, e certamente outros sentimentos. Como este que estou sentindo agora ao escrever este texto. Como é bom poder escrever algo sorrido e sentindo-se extremamente entusiasmado, isso na etimologia da palavra: “Estar repleto de Deus”.

Se Deus quiser ainda terei muito a viver. Mas hoje, imagino ser este o maior legado que eu possa deixar: a certeza de que vive de maneira digna e, de certa forma, ao ser lembrado por alguém, poder despertar estes mesmos sentimentos.